O Tribunal de Justiça de São Paulo concedeu decisão favorável a oito caçadores de javalis da Comarca de Santa Bárbara d’Oeste, que entraram com ação contra a lei que proíbe o controle dos javalis no território paulista. A decisão foi proferida pelo desembargador Luis Fernando Nishi, nesta quinta-feira (26/07) que determinou o prazo de cinco dias para o Estado se manifestar.
A lei continua suspensa apenas para esses caçadores, entretanto tal decisão vem colaborar com os esforços do deputado estadual Carlão Pignatari, que tem lutado pela revogação desta lei. Carlão aplaudiu a decisão.
O relator trata como uma “nocividade a espécie exótica invasora javali, reconhecida pelo IBAMA que editou a Instrução Normativa nº 03/2013, com necessidade urgente de controle e manejo populacional da espécie diante de fundado risco ao próprio meio ambiente e ecossistema locais”.
Diante disso, afirma que “a Lei Estadual nº 16.784/2018 se mostra em dissonância com o texto constitucional, seja pela aparente usurpação de competência legislativa para o assunto, seja pela afronta ao princípio da isonomia que serve de supedâneo a decisão agravada”. Em sua análise, o assunto é de competência da esfera federal, portanto o Poder Legislativo estadual não pode modificar o seu conteúdo.
Para o deputado Carlão Pignatari, a decisão ora conferida é uma vitória, pois “o javali é uma espécie invasora e prolifera assustadoramente, fora de controle, além de devastar plantações agrícolas e oferecer riscos às pessoas do campo, bem como à diversidade”.
Nesta semana, Carlão discursou no Plenário da Assembleia Legislativa, oportunidade em que leu ofício da Faesp (Federação da Agricultura e Pecuária), assinado pelo seu presidente Fábio de Salles Meirelles. Ele manifesta a preocupação quanto “a Lei nº 16.784/2018, que proíbe a caça no Estado, considerando que ela veda ao setor privado o controle populacional do javali ou do javaporco, espécie que vem destruindo plantações com enormes prejuízos econômicos, danos ao meio ambiente, à pecuária e inclusive à saúde pública”.
Meirelles pede ainda a realização de estudos e o reexame da referida lei, para evitar consequências negativas para o setor produtivo rural, que gera empregos, renda e abastece a população paulista e brasileira.
“Estou convencido de que a melhor decisão é a revogação dessa lei. Não podemos permitir que uma ação política cause danos a um setor, como o do agronegócio, que tem sido a alavancagem da nossa economia”, finaliza o deputado Carlão Pignatari.