A Santa Casa de Misericórdia São Francisco, do município de Buritama, está pedindo socorro. O provedor do hospital, André Luiz Lourenço Nevack, e a gestora Nancy da Silva Cunha apresentaram projeto ao deputado estadual Carlão Pignatari (PSDB) solicitando a intercessão dele junto ao Governo do Estado, visando a liberação de R$ 300 mil para custeio e mais R$ 3,6 milhões para cobrir dívidas antigas.
Em ofício entregue ao deputado, na frente de toda a diretoria do hospital e dos prefeitos de Buritama, Izair dos Santos Teixeira; André Luiz Severino da Silva, de Planalto; Arnaldo Aparecido Dionisio, de Zacarias; e Odécio Rodrigues da Silva, de Lourdes, entre outras autoridades, o provedor explica que, em virtude das dívidas, a diretoria eleita em 2010 renunciou em dezembro último, “devido a escassez de recursos”.
André Nevack explica ainda que “as Santas Casas e hospitais beneficentes de todo o nosso país, estão passando por uma série crise financeira, e em nossa Santa Casa a situação não é diferente. A cada R$ 100,00 gastos na assistência pública, apenas R$ 65,00 são ressarcidos pelos governos, federal, estadual e municipal”.
De acordo com os diretores, o hospital de Buritama recebe pacientes da micro-região – Brejo Alegre, Buritama, Lourdes, Turiúba e Zacarias – representada por 94% dos pacientes, ou seja, pacientes do SUS. “Entre consultas e internações atendemos mais de 3.000 pacientes por mês”.
Para complicar a situação, a Santa Casa de Buritama ainda “atende uma população flutuante, não contabilizada nos dados oficiais do IBGE, de milhares de trabalhadores rurais dos canaviais (temos cinco usinas de açúcar e álcool no nosso entorno), em geral vindos do norte e nordeste. Somam-se as estes outros tantos que são turistas, das dezenas de ranchos de lazer existentes em torno da Represa Nova Avanhandava, estas são características particulares existentes em poucos Hospitais do Estado.”
Nancy explicou também que a diretoria elaborou um Projeto de Recuperação Financeira da entidade em caráter emergencial, adequando-a inclusive nos moldes das Políticas Pública Federal e Estadual. “O projeto prevê o corte de 18% nas áreas médicas; redução de 15% na folha geral de pagamento da entidade e ainda, a parceria das prefeituras, cedendo funcionários para substituirmos nossa mão de obra”. Eles explicam ainda que a Santa Casa tem um déficit mensal de R$ 80 mil a R$ 100 mil por mês, por isso, necessita da revisão dos valores do Pró-Santa Casa, programa do governo do Estado, que destina recursos para as santas casas.
O deputado Carlão Pignatari informou aos diretores do hospital e aos prefeitos da micro-região que iria encaminhar os pedidos à Secretaria estadual da Saúde e ao governador Geraldo Alckmin. Entretanto, alertou que “a quebradeira” das santas casas é geral e que a falha maior está no governo federal que não paga os valores devidos pelo atendimento pelo SUS. “Estamos numa grande luta, para sensibilizar o ministro da Saúde a socorrer o setor, que anda capengando”, disse o deputado.