O deputado estadual Carlão Pignatari, líder da Bancada do PSDB na Assembleia Legislativa, reuniu-se com o secretário da Agricultura e Abastecimento, Arnaldo Jardim, nesta quarta-feira (dia 27/05), a quem solicitou um “fôlego” para os citricultores, que estão sofrendo com o problema do cancro cítrico.
De acordo com Carlão, a única solução recomendada pelos técnicos da Defesa Agropecuária é a erradicação dos talhões onde existem plantas contaminadas. “Isso vem causando um enorme prejuízo aos citricultores, porque não é eliminada apenas a planta doente, mas várias outras que ficam em volta, no talhão”, justifica o deputado.
Além disso, acrescenta o parlamentar, a regra determina que não é permitido o replantio de citros por um período de dois anos nas áreas que tiveram plantas erradicadas por causa da doença.
O cancro cítrico é causado pela bactéria Xanthomonas axonopodis pv. citri, ataca todas as variedades e espécies de citros e constitui-se numa das mais graves doenças da citricultura brasileira. Não há medidas de controle capazes de eliminar completamente a doença.
No último dia 25, o secretário Arnaldo Jardim recebeu sugestões de modernização das legislações estaduais de defesa do greening (HLB) e cancro cítrico, a reunião da Câmara Setorial de Citros, realizada em Cordeirópolis.
As propostas técnicas foram laboradas por pesquisadores e membros da Câmara Setorial de Citros e foram uma demanda do próprio secretário, durante a reunião que fez com citricultores no Fundecitrus.
Para o cancro cítrico, as solicitações são a revogação das penalidades previstas para citricultores com ocorrência de cancro cítrico em suas propriedades, como interdição e pagamento de Permissão de Trânsito Vegetal (PTV), entre outras taxas; estratificação das propriedades de acordo com a presença da doença e nível de infestação (livre, baixa e alta incidências); legalização de áreas com alta incidência mediante compromisso formal de adoção de medidas de manejo, como instalação de quebra-ventos, aplicação protetiva de cobre, instalação de arco-rodolúvel, entre outros.
As propostas para o greening envolvem erradicação de pomares abandonados; eliminação de plantas doentes em pomares não comerciais e áreas urbanas e apoio institucional ao Alerta Fitossanitário-Psilídeo e à criação e liberação de Tamarixia radiata, como formas de fortalecimento do manejo regional.
Sensibilizado com o problema e a situação difícil dos citricultores, o secretário Arnaldo Jardim disse ao deputado Carlão Pignatari que vai compor um grupo de estudos para tentar mudar essa sistemática, para que não haja tantos prejuízos. Jardim afirmou que pretende discutir amplamente com o setor e fazer seminários com órgãos internos da Secretaria de Agricultura para discutir as políticas de defesa fitossanitárias para citros.
“Precisamos encontrar soluções que possam contribuir para aumentar a produtividade, ao invés de adotarmos práticas que não ajudam e nem incentivam os produtores a continuar cultivando laranja. A região Noroeste Paulista sempre foi tida como um dos polos de grande produção de laranja, mas as safras vêm diminuindo justamente por causa de problemas que poderiam ser resolvidos de outra forma”, comentou o deputado Carlão Pignatari.