O deputado estadual Carlão Pignatari (PSDB) participou, na última terça-feira (dia 06), da reunião ordinária da Comissão de Saúde, para tratar de reajuste nas tabelas de remuneração do Sistema Único de Saúde (SUS), cuja defasagem chega a mais de 700% em alguns procedimentos. A defasagem dos valores da tabela SUS tem sido objeto de muita reclamação por parte de médicos e hospitais.
Desde a implantação do Plano Real, em 1994, as tabelas do SUS tiveram um reajuste de 46,52%. O número é, em média, dez vezes menor na comparação com outros indicadores. O deputado Carlão citou exemplos dos valores que são repassados para os hospitais em alguns exames como ressonância e exame de sangue. “É um absurdo o governo repassar valores irrisórios para exames tão importantes. A saúde deveria ser prioridade para qualquer governo, mas o que estamos vendo é um descaso”, disse o deputado.
Para esclarecer o assunto, foi deliberado que o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o secretário estadual da Saúde, Giovanni Guido Cerri, fossem convidados a participar de audiência na Comissão de Saúde. Eles poderão explicar os critérios dos repasses e o por que da defasagem da tabela. Também será discutido um ponto de equilíbrio que permita uma justa remuneração.
Carlão Pignatari chegou a sugerir a criação de uma subcomissão para examinar o relatório da Secretaria da Saúde. Ele argumentou que os problemas da saúde não são uma questão partidária. Todos devem se unir para fortalecer o sistema brasileiro de saúde. Carlão é o coordenador da campanha Frente Nacional por mais recursos para a saúde.
Os deputados Carlão Pignatari e Celso Giglio disseram também que a gestão da saúde é vital para a sociedade. Em seguida, pediram esclarecimentos ao presidente da Comissão Marcos Martins sobre o por que eles ou seus colegas de partido não são convidados para a relatoria de projetos, uma vez que, na maioria das vezes, acabam sendo designados parlamentares do PT.
Das 18 proposições da pauta, discutidas na reunião, apenas uma teve parecer elaborado por um deputado que não é do PT. O presidente da comissão informou tratar-se apenas de coincidência, mas, como a prerrogativa da seleção do relator é sua, tomará mais cuidado nas próximas escolhas, que, prometeu, serão mais democráticas.