Estamos comemorando a Semana da Pátria. Nas escolas, os professores tentam incutir nos alunos a história como ela foi, quando D. Pedro I proclamou a independência às margens do Ipiranga, como aquele famoso brado: Independência ou Morte. Já nós, tentamos viver o momento atual, que, diga-se de passagem, está difícil.
O atual momento vivido pelo Brasil é de muita gravidade. E olha que não estou provocando nenhum alarmismo ou pessimismo. Precisamos abrir os olhos para a necessidade de formação de um novo tecido cultural capaz de fazer surgir um tempo diferente, marcado pela superação das crises que prejudicam, principalmente, os mais pobres.
O que temos visto, todos os dias, tem assustado a todos. São fatos que nos entristecem e nos desanimam, por mais que se tenha boa intenção de mudar as coisas. Os episódios dos últimos dias, nos deixaram estarrecidos.
De um lado, a falta de confiança nas instituições. De outro, a maneira com que todos lidam com a situação que assola o nosso país. Infelizmente, a regra hoje é manipular ao invés de prevalecer o bom senso e o respeito mútuo.
Em meio a tudo isso caminham os processos de reformas no Congresso Nacional: da Previdência, a Trabalhista e a Política. É um toma lá dá cá sem precedentes.
Os municípios estão capengando, muitos não têm recursos nem para suprir a folha de pagamentos, que dirá pagar fornecedores! É um túnel sem luz no final.
Então é tempo e temos que aproveitar a oportunidade para uma atitude enérgica para passar o País a limpo: é preciso que cada um assuma a sua responsabilidade na busca por soluções. Todos devem acompanhar, debater e contribuir com a efetivação das reformas.
A gravidade do momento é uma ameaça ao Estado Democrático de Direito, conquistada quando D. Pedro I ergueu sua espada e Deodoro da Fonseca proclamou a República. Crescem o descrédito e o desencanto com a política e com os poderes da República, que se distanciam das justas aspirações de boa parte da população. Por causa de muitos que estão lá tentando se enriquecer com as vantagens pecaminosas do poder, os que têm boa intenção também pagam um preço alto.
O Estado não pode ser jamais submetido ao mercado, ser submisso à “lógica financista”, que é intrinsecamente perversa. Temos que acabar com esse balcão de negócios. Com diz o Papa Francisco: o dinheiro é para servir e não para governar. Dias atrás na inauguração da Segunda Vara Criminal de Votuporanga, o presidente do Tribunal de Justiça proferiu uma frase antiga, que estará sempre em voga: “quem não vive para servir, não serve para viver”.
A comemoração do Dia da Independência é um bom momento para que todos reflitam sobre a situação pela qual passamos. Temos que dar uma reviravolta e colocar o País no seu devido lugar. Nossa independência está longe de acontecer. Pensemos nisso!