Pelarin ganhou notoriedade nacional depois de implantar na sua Comarca o Toque de Recolher e o Toque de Acolher, programas que vêm gerando muita polêmica. A Defensoria Pública, por exemplo, se manifestou contra a legalidade do “toque de acolher”, porém o juiz acredita que somente com medidas coercitivas é que se pode evitar a exposição ao álcool, drogas, violência, além da prostituição.
Na avaliação dele, o Estado tem um papel importante e que deve ser exercido na formação de crianças e adolescentes. “A lei nos manda agir. É dever do juiz cumprir a legislação e obrigar que os outros a cumpram. Então, se um menino ou uma menina fica nas ruas, altas horas da noite, sozinho, em risco, a lei determina tirá-lo de lá. É o que nós fazemos”, atesta.
Na entrevista, Pelarin também comenta sobre a autorização dada a alguns adolescentes, menores de 16 anos, para trabalhar, outro fato considerado polêmico por muitos. O juiz ainda cobra dos pais que acham educar os filhos é responsabilidade da escola, eximindo-se de seu dever de educador.
Além dessas medidas, em Fernandópolis, o juiz Evandro Pelarin apóia o projeto Os Sonhadores, destinado a atender crianças e jovens carentes de 5 a 17 anos. Iniciado com 20 crianças, por Marcos Vilela, em Fernandópolis, em 2001, o projeto resgata a autoestima e incentiva os seus integrantes a saírem das ruas e manterem-se longe das drogas e da marginalidade.
Aproximadamente 60 crianças e adolescentes compõem “Os Sonhadores” atualmente. Eles se reúnem todos os sábados para participar de atividades artísticas e desportivas, como artesanato, futebol, natação e muita música.