Comemoramos neste dia 22 de março o Dia Mundial da Água, instituído pela ONU em 1992 com o objetivo de conscientizar a população a respeito dessa valiosa substância para a humanidade.
Como coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista e pelo Desenvolvimento Sustentável na Assembleia Legislativa, gostaria de fazer alguns comentários que podem servir como uma fonte de conscientização para que passemos a pensar com mais responsabilidade sobre este precioso líquido.
Nós dependemos da água para viver, não importa quem somos, o que fazemos, onde vivemos. A água é um recurso natural considerado o combustível para a vida de praticamente todas as espécies vegetais e animais. É fonte da vida. Pena que muitas pessoas continuam poluindo os rios e destruindo as nascentes.
A água é, provavelmente, o único recurso natural que tem a ver com todos os aspectos da civilização humana, desde o desenvolvimento agrícola e industrial aos valores culturais e religiosos arraigados na sociedade.
Sabemos que 70% da superfície do planeta Terra são constituídos de água. Dessa água toda, o maior volume é de água salgada e somente 2,5% são de água doce e, desses 2,5%, quase 98% estão “escondidos” na forma de água subterrânea, como o Aquífero Guarani, segundo maior reservatório de água do mundo.
De acordo com estatísticas divulgadas recentemente, um sexto da população mundial – mais de um bilhão de pessoas – não têm acesso a água potável. Segundo a ONU, até 2025, se os atuais padrões de consumo se mantiverem, duas em cada três pessoas no mundo vão sofrer escassez moderada ou grave de água.
Passamos, recentemente, por uma longa estiagem e pudemos sentir o que poderá acontecer se ficarmos sem água. Nossa sorte é que voltou a chover e muito, recompondo todos os nossos reservatórios. Mas, estamos, novamente, entrando em um período de longa estiagem, com o início do outono.
No Brasil, o maior problema de escassez ainda é no Nordeste, onde a falta d’água por longos períodos contribui para o abandono das terras e a migração aos centros urbanos como São Paulo, agravando ainda mais o problema. Nas grandes cidades, esse comprometimento da qualidade é causado por despejos de esgotos domésticos e industriais, além do uso dos rios como convenientes transportadores de lixo, a exemplo do rio Tietê.
Gostaria de lembrar aqui o Programa Nascentes, da Secretaria estadual de Meio Ambiente, a maior iniciativa já lançada pelo Governo do Estado de São Paulo para manter e recuperar as matas ciliares, que são as vegetações localizadas no entorno de nascentes e nas margens de rios, córregos, lagos e represas, que evitam o assoreamento, favorecem a regularização da vazão dos rios e córregos, além de oferecer abrigo e alimentação para a fauna local.
Em Votuporanga, a Saev Ambiental desenvolve o projeto Mina d’Água, do Programa Vida ao Marinheirinho, de recuperação ambiental e proteção de córregos e nascentes da microbacia do córrego Marinheirinho. O projeto tem adesão voluntária e reúne cerca de 20 proprietários, correspondente a 32 nascentes.
Trata-se de um projeto de fundamental importância. No Brasil existem apenas 18 projetos de recuperação de nascentes. O projeto Mina d’Água, desenvolvido em parceria com a Secretaria estadual de Meio Ambiente e com recursos do Fecop (Fundo Estadual de Prevenção e Controle da Poluição), é uma ação que remunera os produtores rurais que praticam ações de preservação e manutenção de nascentes presentes em suas propriedades.
É com projetos como esse e ações que podem ser desenvolvidas por todos, vamos preservar, não só a água, mas toda a fauna e flora, já tão sofridas com os constantes desmatamentos. Vamos fazer nossa parte.
Carlão Pignatari – Deputado Estadual, coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista e pelo Desenvolvimento Sustentável e líder da Bancada do PSDB na Assembleia Legislativa