A saúde brasileira continua capenga. Não há sinal algum de que o atual governo federal fará alguma coisa para melhorar o atendimento à população que mais necessita. Uma das últimas e bem tomadas atitudes vindas do Planalto foi há 15 anos, ainda no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, quando, no dia 10 de fevereiro de 1999 ele promulgou a lei nº 9787/99, que viabilizou a produção e o comércio dos medicamentos genéricos no Brasil.
A iniciativa, que teve participação vital do ex-ministro da Saúde, José Serra, foi responsável pela redução dos custos do tratamento de saúde no Brasil. Daquela data para cá, o consumidor pôde ter acesso a medicamentos mais baratos e com a mesma eficácia do produto de marca.
Para explicar melhor, os remédios genéricos são cópias de medicamentos inovadores cujas patentes já expiraram. Sua produção obedece a rigorosos padrões de controle de qualidade. É um programa que foi criado com o objetivo de implementar uma política consistente de auxílio ao acesso a tratamentos medicamentosos no país.
Os genéricos, cujos preços são, no mínimo, 35% menores que os medicamentos de marca, contribuem para que muitos brasileiros, que não estavam se medicando ou que tinham dificuldade de acesso a tratamentos, encontrem uma alternativa viável e segura para seguir as prescrições médicas corretamente.
Desde o início do meu mandato venho lutando para melhorar o atendimento à saúde, mas o governo faz vistas grossas ou finge que não entende nossa proposta, que tem como ponto principal o reajuste da Tabela SUS. Os hospitais filantrópicos e as santas casas não suportam mais arcar com as despesas do SUS.
E o que vemos, constantemente, são pessoas ligadas ao governo federal, procurando frases de efeito para culpar este ou aquele, tentando tapar o sol com a peneira. Portanto, faz tempo que não vemos nada de concreto que possa melhorar nossa saúde. A implementação dos medicamentos genéricos foi praticamente a última.
Está mais do que na hora de alguém fazer alguma coisa. É preciso mudar esse cenário, com urgência. Ao presidente FHC e ao ex-ministro José Serra rendo minhas homenagens por este programa que beneficia milhões de brasileiros; é uma conquista que representa um ganho imenso para nossa sociedade.