O prefeito da Estância Turística de Santa Fé do Sul, Armando Rossafa, está preocupado com a preservação da fauna pesqueira na região Noroeste Paulista. Nesta sexta-feira (dia 27), Rossafa realizou reunião com técnicos e especialistas, em Santa Fé do Sul, para iniciar um projeto de preservação, que visa resgatar o turismo na região. Trata-se do Movimento Peixe Legal do Noroeste Paulista. O projeto tem total apoio do deputado estadual Carlão Pignatari.
De acordo com o prefeito, que contratou uma especialista, Marilza Fernandes, para coordenar o projeto, o número de turistas caiu acentuadamente nos últimos anos. Segundo ele, está se pescando cada vez menos peixes e quando os pescadores conseguem capturá-los, acabam cometendo atrocidades, pois levam além do permitido, depredando o meio ambiente. Para citar como exemplo, dias atrás, a Polícia Ambiental apreendeu uma equipe de pescadores de São Paulo, que veio passar uns dias na região, que estava levando mais de 100 quilos de tucunarés.
A ideia do movimento lançado pelo prefeito Armando Rossafa é de que haja uma total preservação e conservação das Bacias dos rios São José do Dourados e Turvo/Grande, congregando cidades desde Icém até Castilho, envolvendo todos os municípios ribeirinhos. É nesses rios que os peixes estão buscando alternativas, como uma válvula de escape, para se reproduzirem.
De acordo com Marilza Fernandes, os peixes nativos, como corimbatá, piau, piapara, dourado e pacu, estão em extinção, porque já não conseguem se reproduzir nas águas represadas por causa das hidrelétricas.
“Os peixes esportivos, como tucunaré, porquinho e corvina, é que se transformaram como os naturais hoje. E os pescadores estão retirando em grandes quantidades, que não está havendo tempo hábil para a reprodução. Portanto, será necessário adotar uma nova postura, de se ter mais períodos de defeso (piracema), proibindo-se totalmente a pesca também desses peixes”, propôs.
De acordo com Marilza, outra preocupação é com a notícia de que o município de Aparecida do Taboado – MS estaria propenso a lançar esgotos in natura no rio Paranaíba, onde começa o rio Paraná com a junção do rio Grande. “Isto é muito preocupante e teremos que envolver os governadores dos dois Estados para evitar esse desastre ambiental”, disse Marilza.
A coordenadora do movimento destacou que é preciso envolver todos os municípios para que haja um equilíbrio ambiental, combate à pesca predatória e se tenha uma convivência harmoniosa com o pescador profissional. Uma próxima reunião será realizada em outubro, com todos os prefeitos da região. O deputado Carlão foi representado, na reunião desta sexta-feira, pelo assessor parlamentar Valter Benedito Pereira.
Opinando sobre o assunto, o deputado Carlão Pignatari ressaltou que a pesca amadora representa uma atividade onde o praticante não depende dela para sobreviver, portanto, “ele precisa estar ciente de que não pode levar um monte de peixe para casa. Precisa sim aproveitar essas oportunidades para relaxar e praticar a pesca esportiva, levando apenas alguns exemplares, para que haja peixes para todo mundo. Assim, muitas pessoas serão atraídas para a nossa região, conhecida como Grandes Lagos, proporcionando a geração de emprego e renda através do turismo”.
Para Carlão, “o pescador amador deve respeitar o limite de captura e transporte determinados pela legislação em vigor, que corresponde a 10 quilos mais um exemplar. A situação é muito séria e temos que nos envolver de uma maneira a salvar nossos rios e ter sempre peixes para os pescadores profissionais e também para os amadores, alimentando o turismo e girando nossa economia”, finalizou o deputado.