O deputado estadual Carlão Pignatari (PSDB) se reuniu com os prefeitos que integram o Consirj (Consórcio Público Intermunicipal de Saúde da Região de Jales) e com o promotor de Justiça de Políticas Públicas, André Luis de Souza, nesta segunda-feira (dia 27), para discutir uma solução visando a internação de pessoas viciadas em álcool e drogas.
A reunião aconteceu no gabinete da prefeita de Jales, Eunices Mistilides Silva, e contou com a presença da articuladora da Secretaria Estadual da Saúde, Maria Aparecida Moreira Martins, da DRS XV de São José do Rio Preto, e dos prefeitos de Vitória Brasil, Mesópolis, Santa Salete, Palmeira d’Oeste, Dirce Reis, Santana da Ponte Pensa, Urânia, Paranapuã e Pontalinda, além de representantes de Santa Albertina, Santa Fé do Sul, Fernandópolis e Jales.
O tema debatido na reunião teve como foco a internação de doentes psicossociais, voltado aos usuários de álcool e drogas, principalmente crianças e adolescentes. De acordo com a articuladora Maria Aparecida, a região é carente em atenção hospitalar neste sentido, por isso, ela propôs a criação de Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) em todos os 16 municípios que integram o consórcio. “O objetivo é criar equipes de capacitação para atuar na atenção básica. Temos urgência na qualificação da mão-de-obra”, disse Maria Aparecida.
O deputado Carlão lembrou que as santas casas estão passando por uma grande dificuldade financeira e não têm condições de receber esses doentes. “Precisamos de um hospital referência, já que a remuneração paga pelo Governo do Estado para desintoxicação de pessoas com problemas de alcoolismo e drogas é alta, em torno de R$ 2 mil para cada internado por mês”, destacou o deputado. De acordo com ele, a região Noroeste Paulista tem apresentado um elevado crescimento de casos de crianças e adolescentes com esses problemas.
Segundo o promotor André Luis, esses doentes são levados, primeiramente, ao centro de saúde, depois para o hospital e acabam não encontrando solução. Daí, procuram o Ministério Público para fazer valer seus direitos de cidadão. O caso acaba sendo judicializado, uma vez que o juiz vai proferir uma sentença determinando que o município arque com os custos da internação do paciente. “A situação vai ficando extremamente grave por causa da falta de um local adequado para a internação. Por isso, deputado, preciso do senhor como uma espécie de Pelé para botar a bola no fundo do gol”, disse o promotor, dirigindo-se ao deputado Carlão, para que ele encaminhe a proposta de solução para buscar investimentos do Governo do Estado.
Uma das questões discutidas na reunião é que as famílias desejam que seus parentes sejam tratados em hospitais próximos, porque fica muito caro para todo mundo proporcionar à família o custeio para acompanhamento do tratamento. “São despesas com viagens, hospedagem e alimentação”, lembrou o deputado.
Como solução, para o consórcio de municípios, o promotor propôs a criação de um Núcleo de Atenção Integral Psicossocial e um centro de capacitação, além de um hospital referência para a internação dos pacientes. Portanto, deverá ser criado um CAPS AD, uma unidade de saúde especializada em atender os dependentes de álcool e drogas, dentro das diretrizes
determinadas pelo Ministério da Saúde, que tem por base o tratamento do paciente em liberdade, buscando sua reinserção social.
A região de Fernandópolis já possui um consórcio que funciona há 12 anos e tem credenciados dez leitos no hospital de Indiaporã, revelou a coordenadora de Saúde daquela cidade. Três cidades do Consirj se manifestaram interessadas em receber os pacientes: Urânia, Palmeira d’Oeste e Aparecida d’Oeste. Ao final da reunião, ficou definido que os três municípios se reuniriam para discutir a melhor solução. A proposta final será encaminhada ao deputado Carlão Pignatari, que, por sua vez, apresentará aos secretários de Planejamento de Desenvolvimento Regional, Julio Semeghini, e da Saúde, Giovani Guido Cerri, para reivindicar os recursos necessários para resolver o problema.
“Temos certeza que vamos encontrar a melhor solução para todos os municípios, para que ofereçam o melhor atendimento aos seus pacientes. É obrigação do Estado oferecer atendimento à Saúde, principalmente nesses casos, cujo tratamento exige uma atenção maior”, finalizou o deputado Carlão.